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Riscos que a busca pela barriga negativa oferece à saúde

Postado: 11 de novembro de 2016

Distúrbios alimentares, osteoporose e até depressão entram na lista de prejuízos

Última moda entre os frequentadores assíduos das academias, a barriga negativa começou a ser cultivada por celebridades e logo se tornou febre entre os que buscam o corpo perfeito. Essa anatomia é caracterizada pela formação de uma concavidade na área que fica entre os ossos ilíacos (localizados na parte inferior da barriga), que se tornam mais destacados, e as costelas aparentes.

Para ter esse formato de abdômen é preciso apresentar baixo percentual de gordura corporal, músculos abdominais pouco desenvolvidos e o fator genético para a formação e desenvolvimento dos ossos do quadril mais proeminentes. Sendo assim, uma pessoa que não tem biótipo e genética para barriga negativa, mesmo com dieta e atividade física não conseguirá chegar ao resultado desejado.

Será que vale mesmo a pena lutar por essa curvatura no abdômen? A briga com a balança é difícil, a alimentação restrita e o suor na academia abundante. Mas o pior é que o organismo entra em estresse e esgotamento físico, podendo causar problemas de saúde como diminuição da resistência imunológica, alterações de ciclo hormonal, interrupção do ciclo menstrual, distúrbios alimentares, entre outras patologias. Confira alguns dos problemas de saúde que podem surgir no esforço para conseguir a barriga negativa.

Baixa porcentagem de gordura corporal e desnutrição – Para obter uma barriga negativa é necessário diminuir o percentual de gordura abaixo dos níveis aceitáveis – inferior a 10%. Esse índice pode acarretar danos ao organismo em função dos meios usados para conquistá-lo. Na maioria das vezes a restrição alimentar é a primeira etapa. A pessoa chega a fazer apenas duas refeições por dia comendo alimentos que não fornecem aporte nutricional necessário. Na desnutrição, os problemas de saúde podem variar desde uma anemia, por falta de ferro no organismo, devido à limitação de nutrientes que essa pessoa ingere, até problemas mais graves como coma e morte por anorexia.

Massa muscular pouco desenvolvida – A associação de alimentação deficiente e exercícios para emagrecimento em excesso causará a perda de massa muscular. A ausência de outras fontes de energia para a atividade física, como a gordura e a glicose, fará com que o corpo lance mão do glicogênio – molécula que faz parte da composição do músculo – para conseguir dar andamento à atividade física. Vale lembrar que músculos fortes não são apenas questões de estética: eles sustentam o corpo, reforçam as articulações e são essenciais para evitar dores e problemas de saúde, principalmente no campo da ortopedia, como hérnias de disco e fraturas.

Parada da ovulação e da menstruação – Chegar ao baixo peso significa um grande risco para a atividade hormonal. A mulher terá grandes chances de deixar de ovular, portanto menstruar, em função da baixa liberação da leptina. Esse hormônio é produzido pelo tecido adiposo e seus níveis caem drasticamente em resposta ao jejum. Uma das funções da leptina é a estimulação ovariana, logo, mulheres com baixo peso podem ter a ovulação e a menstruação interrompidas. A gestação nesse caso é impossível.

Diminuição das mamas – As mamas são compostas, principalmente, por glândulas e gordura. A magreza excessiva causa a diminuição dessas estruturas mamárias. O hormônio estrogênio é derivado do colesterol, um tipo de gordura, logo, mulheres com baixo percentual de gordura terão níveis igualmente reduzidos de colesterol, a ponto de inibir as glândulas mamárias. Para que os seios cresçam ou mantenham seu tamanho, eles precisam ser continuamente estimulados pelos hormônios femininos. Sem esse estímulo, diminuído em mulheres com baixo peso, o tecido mamário ficará atrofiado.

Favorece a osteoporose – A formação dos ossos nas mulheres é dependente do estrogênio, hormônio que age auxiliando na incorporação de cálcio, no desenvolvimento e na manutenção da massa óssea. O baixo peso corporal pode diminuir os níveis de estrogênio. Portanto, pode ser que a mulher muito magra não esteja sentindo os efeitos do baixo peso sobre os ossos agora, porém mais tarde eles aparecerão como osteopenia – diminuição primária da massa óssea – e osteoporose, quando os ossos já estão fracos e mais suscetíveis a fraturas.

Desvios posturais e dores na coluna – Enfraquecimento abdominal, desvios posturais e dores na coluna também podem ser complicações da barriga negativa. A musculatura tem a função de proteger e dar sustentação aos ossos. O músculo abdominal fraco não consegue sustentar a coluna, com isso, ela fica mais suscetível a desenvolver curvaturas anormais – como a hiperlordose e a escoliose – a adotar posturas viciosas, como manter-se curvado na cadeira do trabalho e até a desenvolver problemas como hérnia de disco.

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Publicado por: susga

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